Pular para o conteúdo principal
fflch
 
ARTE AFRICANA: uma parceria NAP Brasil África e MAE-USP

Menu primário

  • Estudos africanistas MAE/USP
    • Artigos e Ensaios
    • Peças referenciais
  • Museus e Acervos
    • Museus na África
      • Museu Egípcio do Cairo
      • Museu Histórico de Abomey
      • Museu Nacional da República Democrática do Congo
      • Museu Nacional de Antiguidades e Artes Islâmicas
      • Museu Nacional de Artes e Tradições Populares
      • Museu Nacional de Bardo
      • Museu Theodore Monod de Arte Africana
      • Museu Zeitz de Arte Contemporânea África
    • Museus no Brasil
    • Museus na Europa
      • AfricaMuseum - Koninklijk Museum voor Midden-Afrika - Tervuren
      • British Museum
      • Ethnologisches Museum, Berlin
      • Musée du Quai-Branly
      • Museo Nazionale Preistorico Etnografico "Luigi Pigorini"
      • National Museums Liverpool: World Museum e International Slavery Museum
  • Fontes recomendadas
    • Sites
    • Bibliografias
      • Bibliografia sobre arte afro-brasileira nº 1
      • Bibliografia geral sobre arte africana
      • Publicações sobre o acervo africano e afro-brasileiro do MAE-USP
    • Glossário
  • Quem somos

Musée du Quai-Branly

Localização da sede
Europa
Categoria de acervo
Museus

As coleções africanas do "museu do cais Branly", às margens do Rio Sena, provêm dos antigos Museu Nacional das Artes da África e Oceania e Museu do Homem, particularmente do seu Laboratório de Etnologia. 

Antes de mais nada é importante observar que o Museu do Homem foi criado por ocasião da Exposição Universal de 1937 em Paris. Suas coleções pertenciam ao antigo Museu Etnográfico do Trocadero fundado em 1878, que foram acumuladas desde o século XVI, a partir dos chamados "gabinetes de curiosidades". Somam-se em seu acervo lotes de objetos etnográficos adquiridos e coletados durante pesquisas em antropologia e pré-história continuada na África até o século XX. 

Recentemente, em 1995, sob o governo de Jacques Chirac, surgiu na França a preocupação em valorizar a "arte primitiva" enquanto patrimônio museológico. Logo, uma comissão foi constituída propondo reunião do acervo desses dois museus em uma nova instituição vinculada aos ministérios franceses para a Educação, Cultura e Ensino Superior, tendo por objetivos: preservar e apresentar as coleções, desenvolver a pesquisa e o ensino. Assim, um dos marcos principais da fundação desse museu, ainda em construção, foi a abertura do Pavilhão das Sessões, do Palácio do Louvre, com uma exposição de mais de cem obras-primas da África, Ásia, Oceania e Américas procedentes de coleções já constituídas na França e nos países de origem. 

Pertence hoje ao Musée Quai-Branly, uma peça que veio para o Brasil em 2000, uma máscara gueledê, dos iorubás, exposta na Mostra do Redescobrimento, em São Paulo - então do Museu Nacional das Artes da África e Oceania. Para relembrar-se dela, clique para ver em zoom na primeira imagem à direita da página (clique aqui).

Algumas das peças das coleções do Museu Quai-Branly constam de exposição temporária inaugurada em 2000 no Museu do Louvre. Leia mais aqui (o site é em francês). É possível conhecer 45 delas, estando entre elas a famosa estátua que se diz de Gu, dos Fon (Rep.Pop.Benin) - Ogun, entre os iorubá -, divindade do ferro e da guerra (veja aqui). 

Essa peça (que aparece em destaque nesse endereço acima indicado), foi levada pelos franceses do palácio de Abomey (Rep.Pop.Benin) à Europa, dando entrada no Museu do Homem em 1894, como um dos pertences de Glelê, rei de Daomé, filho-sucessor do rei Guezo (1818-1858). Ver também Museu Histórico de Abomey(*).

Guezo restabeleceu a autoridade do reino de Daomé tomada pelos iorubá no século 18. Tornou-se uma figura legendária no Brasil pelas pesquisas de Pierre Verger que revelaram a possibilidade de ter sido a mãe de Guezo trazida para o Maranhão (Cf. Verger, P. Le culte de vodoun d'Abomey aurait-il été apporté a Saint-Louis de Maranhon la mère du Roi Guézo? Publ. De l'IFAN, Dakar, n.27, p. 158-160, 1953). 

A estátua de Gu é feita de ferragens de origem européia (calhas, barras de ferro, parafusos), mas também de vários elementos de ferramentas tradicionais da África, que são simbólicos e recorrentes na iconografia dos orixás. Ela tornou-se renomada por ser a primeira figura humana feita de ferro africana até então conhecida e uma das primeiras peças africanas expostas ao público geral na Europa. Cf. uma interessante análise dessa peça feita por Joseph Adande, professor da Universidade Nacional do Benin, e de Serge Tornay, responsável pelas coleções africanas do Museu do Homem.

Observe-se que o Museu Afro-Brasileiro, em Salvador, formado com o entusiasmo do próprio Verger entre outros, possui uma estátua que é uma espécie de releitura desta.

Uma outra estátua tida como advinda dos tesouros do rei Behanzin, filho de Glelê, encontra-se no Museu Dapper, Paris, feita em madeira e recoberta de latão. Há controvérsias sobre o histórico de ambas as estátuas, sendo que, por vezes, ambas são associadas ao próprio rei Guezo. Delas decorrem comentários como "Le Dieu Gu du Musée de l'Homme : ses origines, sa signification historique comme oeuvre d'art", também de Joseph Adande, e "Dieu Gu : le petit frère de Genève", de Claude Savary, curador do Departamento África do Museu de Etnografia de Geneva. Neste último apresenta-se uma estátua contemporânea do acervo do Museu de Etnografia de Genebra, Suíça, inspirada, como a do Museu Afro-Brasileiro da Bahia, na estátua de Gu do Museu do Homem. 

 

 

copyright 2004/2005 © MAE/USP

 
Bibliografia

-

© ARTE AFRICANA: uma parceria NAP Brasil África e MAE-USP | 2025


Developed by Dropthemes.in