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ARTE AFRICANA: uma parceria NAP Brasil África e MAE-USP

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AfricaMuseum - Koninklijk Museum voor Midden-Afrika – Tervuren

Localização da sede
Europa
Categoria de acervo
Museus

O Museu Real da África Central foi criado em 1898 como Museu do Congo na cidade belga de Tervuren, arredores de Bruxelas. Sua sede inicial era o chamado Palácio das Colônias, edificação que no ano anterior tinha sediado a seção colonial da Exposição Internacional de Bruxelas. Na ocasião, 297 pessoas originárias da África Central foram expostas à curiosidade de milhões de visitantes europeus em pretensas “aldeias” que, na realidade, eram zoológicos humanos. A intenção do monarca belga Leopoldo II era, na ocasião, apresentar as potencialidades de sua propriedade pessoal, o Estado livre do Congo, onde os interessados poderiam construir fortunas explorando especialmente a madeira, a borracha e o marfim. A exploração comercial que arrasava povoados também enviava a Bruxelas diversos objetos de uso religioso, insígnias de poder, utensílios de uso cotidiano e diversos outros tipos de obras de arte. Além disso, eram expostos animais empalhados, fragmentos de rochas e outros minerais e o que mais pudesse dar a dimensão do que representava o grandioso território dominado pelo pequeno reino. Em 1910, um ano após a morte de Leopoldo II e dois anos depois da criação do Congo Belga — consequência da dissolução do Estado livre do Congo, por conta dos inquéritos que chegaram à conclusão de que este era gerido como uma empresa capitalista e não como uma colônia — foi inaugurado o imponente edifício neoclássico de Charles Girault. A edificação é repleta de elogios à obra pessoal de Leopoldo II, com uma série de elementos que monumentalizam a sua empresa colonial e a justificam por meio de alegorias. O Parque de Tervuren, onde está instalado, também contém diversos símbolos que remetem a Leopoldo e à forma como o Congo era percebido.

Oficialmente nomeado Museu Real da África Central a partir da independência do Congo em 1960, a instituição é também um estabelecimento científico dedicado a diversos domínios, tais como a geologia, a biologia, a linguística, a etnologia, a história, a etnomusicologia, abrangendo em especial as três ex-colônias belgas: República Democrática do Congo, Ruanda e Burundi. As coleções relacionadas a estas áreas são diversas, incluindo, além de obras de arte tradicionais, cartografia, registros audiovisuais e sonoros, documentos históricos, entre outros. No século XXI, a política de aquisição tem sido pautada pela compra de obras de arte contemporâneas, o que inclui pinturas de artistas populares. No processo de reformulação da exposição permanente e da restauração do edifício do museu, entre 2013 e 2018, passaram a compor o acervo obras de artistas como Aimé Mpane, Freddy Tsimba e Chéri Samba, cujo objetivo é questionar a pesada gramática colonial do edifício. São mais de 4 mil objetos, exibidos em 11 mil m² de área expositiva, organizados em seções mais ou menos relacionadas às áreas dos serviços científicos da instituição.

As coleções de arte tradicional são exibidas especialmente na seção Rituais e cerimônias, organizadas de acordo com as etapas da vida de uma pessoa e centradas no cotidiano. Há informações sobre a condição da coleta de alguns dos objetos apresentados, sendo que foram priorizados para a exibição os que têm documentação disponível. A sala Línguas e músicas apresenta diversos exemplares da grande coleção de instrumentos musicais centro-africanos e de obras de artistas africanos contemporâneos. A grande rotunda, antiga entrada do museu, apresenta duas esculturas de Aimé Mpane na intenção de confrontar as estátuas com alegorias racistas que permaneceram nos nichos por serem patrimônio registrado. Outras alegorias racistas que antes ocupavam o espaço do museu, como o Homem-Leopardo hoje estão em um “depósito de esculturas” na galeria de introdução do museu, localizada no subsolo, ao longo do percurso que conecta o pavilhão de recepção ao edifício histórico. A política de restituição de bens foi aprovada em janeiro de 2020 e está presente no site do museu.

 https://www.africamuseum.be/fr/about_us/restitution​​​​​​​

 

Bibliografia

  

Imagens

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